• Lisandra, Beatriz, Virgínia, Verónica, Denise, Nélia, Isilda e Urselina, são os nomes de oito mulheres açorianas com idades entre os 21 e os 80 anos. Algumas trabalham a tempo inteiro nas terras, cuidando dos animais, outras têm outras profissões, mas ajudam a família nesta dura atividade diária que é uma das principais fontes de rendimento de tantas famílias da Ilha Terceira. Este é o trabalho que se mistura com o quotidiano da vida. Cuidar dos animais todos os dias do ano define outro paradigma de trabalho; aquele que é mesmo diário, que não permite férias ou dias de folga.

    Em dias de sol, de chuva, com frio ou calor, estas mulheres vão para o campo ordenhar as vacas e tratar dos pastos. Saem todos os dias antes do amanhecer e recolhem-se antes que a noite caia. Existe, neste trabalho, uma certa privação de normalidade como a conhecemos. Poderíamos imaginar trabalharmos todos os dias, toda a vida, sem um dia de folga, um fim de semana, ou sem podermos viajar? Para estas mulheres, adoecer significa terem de contratar alguém que cuide dos animais temporariamente. Mas nem sempre é fácil encontrar pessoas disponíveis para esta dura tarefa.

    Num trabalho predominantemente, realizado por homens, estas mulheres são como um raio de sol no inverno. Mostram a força de se ser mulher, sem limitações ou preconceitos. E mesmo quando algumas dizem ir apenas “ajudar os maridos”, percebe-se, ao vê-las trabalhar, que elas não ajudam; elas fazem o que é preciso ser feito.

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